Lá vinha o pai, todo contente e só esperando para ver o enorme sorriso da filha. Ele deixara pela manhã um pequeno e delicado cachorrinho para ela, desses sem raça nem rumo mesmo, e um pequeno cartão de cuidados a serem cumpridos.Dia claro ainda, ele resolveu dar a volta na casa e entrar pelos fundos, pensando em fazer uma surpresa, tanto para a filha quanto para a esposa. Parou diante da porta e se preparou para entrar cheio de alarde, mas estaqueou. Lá de fora, conseguia ouvir a mãe bronqueando com a filha. Balançou a cabeça e já imaginou: a filha aprontara novamente. Fazer o quê? Desanimou e entrou.-O que está acontecendo aqui, afinal? -- perguntou, olhando para a esposa e esperando um relatório.
--Eu conto o que aconteceu! -- ela respondeu, de forma rápida e acintosa. --Nossa filha embestou de querer brincar naquele lamaçal em que está virado nosso jardim. E com ela, levou o cachorro. Logicamente, quando vi a cena, a mandei pro banho.--Sim, mas qual é o problema nisso tudo?--Simples. O cachorro ficou imundo. E ela teimou em dar banho nele. --queixou-se a mulher.
O marido ainda não havia conseguido compreender o
que estava acontecendo. Foi então que olhou para a loirinha e a viu mirando o chão e olhando de canto de olho. Para piorar, Carregava nos lábios aquele sorriso peralta que só ela tinha. Pronto. Algo de grave realmente havia acontecido.
--Tá bom. Já vi que a coisa foi feia. Mas, no cartão que eu deixei, estava bem claro que seria ela a cuidar da higiene do cachorrinho. Que mal tem nela dar banho no animal, minha querida? --Na máquina de lavar louça? -- a mulher se indignou com o marido. --Por muita sorte, cheguei a tempo de não deixa-la ligar a máquina, porque o cachorro já estava lá dentro.
--Bom, querida! Dos males, o menor!--Mas, tem mais coisa. E agora, quem vai contar é ela. O marido coçou levemente o queixo e se abaixou diante da loirinha, sem falar nada. Ficou ali, olhando diretamente para ela, até que a menina levantou a cabeça e começou a falar carinhosamente.
-Ah! Papai. Puxa, depois do banho o Babão ficou com friozinho. Tava todo tremendo. Eu só quis esquentar ele um pouquinho.--Sei. --o pai interrompeu e tentou completar o que a menina ia dizer. --E você, no mínimo, o colocou dentro do guarda-roupas da mamãe ou usou o secador de cabelos? É por isso que ela está tão irritada assim?--Não. Ah! Papi... a mamãe não ficou braba comigo por isso. Foi pelos fósforos e o álcool.--O que? Como assim? --desesperado, o pai não sabia se olhava para a filha ou para a esposa. --E o que a senhorita iria fazer com isso?--Ué! Ia acender a churrasqueira, oras! Lá é quentinho.Aqui, é só um conto com tom de comédia, mas existem muitos pais irresponsáveis, que agem de forma impensada, e deixam materiais, objetos e substâncias perigosas ao alcance das crianças. Não raro, acontece alguma tragédia. E depois, ficam se perguntando “Como isso foi acontecer?”.Então, se você é desses que deixa tudo ao alcance de seus
filhos, tome cuidado e preste mais atenção onde deixa as coisas, pois
você está agindo de forma mais inconsequente
que uma criança.
E a loirinha, depois de deixar a vizinhança inteira maluca, vai tirar “férias”. Espero que tenham gostado da aventura dessa pequena espoleta.
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