quinta-feira, 3 de agosto de 2023

VOCÊ SABIA?...CONHEÇA A HISTÓRIA DO CINE TEATRO OURO VERDE !

 



"Não é Teatro Ouro Verde? Ou é Cine-Teatro Ouro Verde?" - independente da classificação, é um patrimônio arquitetônico, histórico e cultural de Londrina. E patrimônio mesmo! Afinal, em 1998, foi tombado pelo governo estadual.

Cine Ouro Verde é um projeto de 1948, foto de Yutaka Yasunaka










                                                                     O cinema era um dos mais luxuosos da época no país, foto de Yutaka Yasunaka









Mas vamos esclarecer a dúvida lançada no começo... Inicialmente, quando foi inaugurado, no final de 1952, o Ouro Verde era um cinema. Na época, o cinema era moda nas grandes cidades brasileiras, só em Londrina ali na av. Paraná (atual Calçadão) havia mais de 10 salas e todas de grande porte. Hoje, temos apenas as 7 salas do Catuaí Shopping e 1 sala do Com-tour Shopping, mas são pequenas comparadas às antigas salas de cinema, a máxima capacidade dessas atuais é de 400 pessoas. Em Sampa, por exemplo, há cinemas antigos fechados com capacidade para até 3 mil pessoas! O Cine Ouro Verde foi o primeiro cinema do interior do país a ter poltronas de couro e ar-condicionado, tinha capacidade para 1500 pessoas.

Assim, com o tempo, a moda do cinema foi caindo e os espaços dos cinemas passaram a ficar ociosos. Isso aconteceu por causa da difusão da televisão na casa dos brasileiros. Muitas salas foram demolidas, algumas viraram galeria (por isso, o nome daquela galeria de lojas no Calçadão é Cine Augustus) e outras mudaram o seu uso, como o Cine Vila Rica, que virou cursinho escolar por um tempo e, hoje, encontra-se fechado. Aliás, o Cine Vila Rica era também uma dessas enormes salas, mas como disse anteriormente, por causa da falta de público e da crescente produção de filmes, ele foi dividido em 2 salas (quem cresceu em Londrina na década de 90 e não se lembra das salas "Vila Rica" e "Londrina"?).

O Ouro Verde reinventou-se e passou a ser teatro. Para isso, precisou de várias modificações na sua estrutura original, projetada pelos famosos Arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi (autores também da antiga rodoviária, atual Museu de Arte). O cinema fazia conjunto com o ed. Autolon e no jardim entre eles havia o Restaurante e Confeitaria Calloni. Atualmente, o jardim do Calloni virou uma loja de descontos, o Calloni virou depósito e vestiário da loja Pura Mania no térreo do ed. Autolon, que continua lá na esquina da r. Maranhão (Calçadão) com r. Minas Gerais. Vale lembrar que só o Ouro Verde é tombado e agora ele possui capacidade para 853 pessoas.

Ouro Verde à esquerda, ed. Autolon à direita e Restaurante Calloni no jardim entre eles, foto de autor desconhecido










Situação atual do jardim entre o Ouro Verde e o ed. Autolon, na r. Maranhão,  foto de Márcia Kurossu



Assim, o Ouro Verde é um teatro. Palco de inúmeros espetáculos e a principal casa do Filo, o Festival Internacional de Londrina, principal evento cultural da cidade e um dos mais respeitados festivais de teatro do país (existe há mais de 40 anos, mas isso fica para um próximo post). Abriga também o Festival de Música de Londrina - FML (ver post "Senhoras e senhores... o FML começou!"), e o Festival de Dança de Londrina.

A UEL, através do governo estadual, comprou o Ouro Verde em 1978 e, desde então, cuida de sua programação e de sua estrutura. Ele foi erguido pelos empresários da cidade, Sr. Celso Garcia Cid, Sr. Jordão Santoro e Sr. Ângelo Pesarini. O nome, logicamente, veio por causa dos tempos áureos do café na cidade. A última revitalização foi em 2002.

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