46% das crianças e adolescentes experimentam bebida alcoólica dentro de casa
Empresa de bebidas lança cartilha para ajudar os pais a conversar sobre isso com os filhos
Por Gabriela Varella, filha de Clélia e Eugênio
Como abordar o tema de alcoolismo em casa? É sobre isso que aborda o projeto educacional Papo em Família, parceria da Ambev com a Turma da Mônica, da Mauricio de Sousa Produções. O objetivo é conscientizar pais para que tenham conversas sobre bebidas alcoólicas com os filhos, explicando que crianças não podem consumir. Segundo Ricardo Rolim, pai de Lucca e Gabriel, diretor da Ambev, “a questão é como abordar o tema em casa. Quando a criança é mais nova, o pai deve ser autoritário. Quando estiver mais velha, deve haver o diálogo”, explica. O objetivo da cartilha elaborada pela Ambev com as caricaturas de Mauricio de Sousa é tornar o conteúdo mais leve para ser abordado de acordo com a idade da criança.
Segundo a Ambev, 67% dos menores de 18 anos já compraram bebidas alcoólicas. Estudo realizado pelo instituto americano International Center for Alcohol Policies (ICAP) aponta que 46% dos jovens consumiram álcool pela primeira vez no âmbito familiar, dentro de casa. Muitos pais não têm consciência de que é prejudicial e não sabem como tocar nesse assunto com os filhos ou pensam que deixar experimentar não faz mal.
“A minha família sempre teve hábitos saudáveis e passou uma imagem positiva para mim. Meu pai conversou abertamente comigo e explicou o que poderia acontecer caso eu ingerisse álcool”, conta Mônica, filha de Mauricio de Sousa, que inspirou os quadrinhos da Turma da Mônica. No Brasil, 98% dos pais acham importante ter essa conversa com os filhos, mas quase um terço deles contam que não têm essa conversa porque não sabem como começar a falar.
O recomendável é que os pais orientem desde cedo que álcool é bebida de adulto. Não deixe copos ao alcance dos filhos e explique o motivo de ser proibido. O cientista social e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Edemilson Antunes de Campos, filho de Sylvio e Anesia, foi um dos responsáveis por tornar a linguagem da cartilha mais simplificada. “O assunto deve ser acessível aos jovens”.
Evite
A médica especialista em prevenção e saúde coletiva Bettina Grajcer, mãe de Théo, Ian e Nina, conta que a cada dólar gasto em prevenção, você economiza 10 dólares em tratamento. As crianças costumam experimentar aos 13 anos e aos 15 já fazem uso regular da bebida alcoólica. Para evitar, os pais devem ter um papel ativo na vida dos filhos, com acompanhamento e vínculo afetivo para que não seja estimulado o consumo. “Você não deve impor a sua vontade, mas deve estabelecer limites”, explica a médica. O corpo da criança e o aspecto emocional estão em desenvolvimento, ela não está preparada para receber o álcool e isso deve ser retardado ao máximo. É um desafio que deve começar dentro de casa.
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