PATRÍCIA SOBRAL
correspondente da CEI Paraíba Vila Velha - ES - AO BLOG DO OSWALDO RIBEIRO
Tenho mais de vinte e poucos anos. Estudo, trabalho (fazendo doutorado em História) e moro com meus pais - senhora Helda e senhor Antônio Sobral; ela com 78, ele com 80 anos de idade. O pai e a mãe que pedi a Deus! Sou doidona por eles! Meus melhores exemplos de vida digna e honrada que carrego para o resto da minha existência.Todavia, não entendo como ainda tem filhos e netos por aí que não têm nenhum apreço afetivo por seus pais e avós. Gente que não dispensa o mínimo de atenção aos seus velhinhos. Vez em quando ouço pelo rádio e vejo na televisão que os idosos brasileiros estão sendo maltratados e jogados nos asilos como algo imprestável. A justificativa dessa praga de filhos e netos é que não têm tempo para cuidar daqueles que passaram boa parte de sua existência trabalhando para prover as necessidades materiais dos seus protegidos. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o número de denúncias de abandono de idosos cresceu 855% este ano. 855% gente! Um absurdo! O idoso não vem só sendo abandonado, como também sofrendo vários tipos de negligência, violências psicológica e física, mesmo morando na companhia de filhos e netos.
Levam uma vida de cachorros velhos, que perderam o status de“melhor amigo do homem”. Fico imaginando cá com meus botões: como pode uma país gigantesco como nosso crescer em “ordem e progresso”, permitir que os seus idosos sejam maltratados e abandonados no outono de suas existência. Difícil de aceitar isso como “prova” ou “expiação”.Um país que é decantado como “pátria do evangelho”, onde a violência contra a mulher aumenta ano após ano. A corrupção tornou-se sistêmica e degenerativa dos valores sociais e dos direitos humanos Uma nação que sonha ser de primeiro mundo, mas que faz do carnaval a sua festa popular mais representativa Tudo isso não passa de “prova” e“expiação” ou não temos outra explicação para tanto descaso moral?
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