domingo, 11 de fevereiro de 2024

A IMPORTÂNCIA DE PEDIR A AJUDA DAS CRIANÇAS

 


Muitos pais se queixam da dificuldade dos filhos colaborar quando fazem um pedido ou na rotina de tarefas da família. Pelo que tenho acompanhado no consultório, essa atitude pode ser compreendida como um sinal de alerta para a maneira como nos comunicamos com os pequenos.

Geralmente, quando temos que fazer muitas atividades durante o dia, ficamos cansados, preocupados, irritados e na hora de pedir ajuda podemos falar de um jeito grosseiro ou em um tom de cobrança com as crianças. Quando agimos dessa maneira, elas não entendem a importância do nosso pedido e acabam não colaborando.

Mas, a cama precisa ser arrumada, as crianças precisam tomar banho, os brinquedos precisam ser guardados e nada está em ordem. Parece que tudo parou de funcionar e se não sairmos fazendo as coisas, mesmo sem a ajuda das crianças, o caos vai ser ainda maior. E vai! Por que vamos aumentar a nossa carga de atividades, nos cansar mais, aumentar nosso nível de estresse e ficar cada vez mais desconfortável.

Então, deixe de fazer tudo sozinha e peça a ajuda dos pequenos, eles adoram ser solicitados. Se sentem capazes, potentes e uteis no time da família. Mais do que uma solicitação ou direcionamento, as crianças querem participar e precisam de um modelo de aprendizado. O que não significa que temos que fazer pelas crianças e sim com elas.

Ao pedirmos a ajuda das crianças contando o quanto nos sentimos sobrecarregados ou cansados elas tendem a responder com uma grande satisfação de participar. Quando somos claros na forma como queremos que elas ajudem, elas compreendem a nossa necessidade, se solidarizam e colocam toda a sua capacidade de ajuda nesse nosso pedido. Ao falarmos que não estamos conseguindo fazer tudo o que precisa ser feito e que enquanto preparamos o jantar, gostaríamos da ajuda delas para guardar os brinquedos e arrumar a mesa, elas cooperam.

Nesse processo acalmamos o nosso coração, dividimos a carga de tarefas, organizamos a rotina e as crianças entendem que podemos nos ajudar a cuidar desse estado interno para que ninguém fique sobrecarregado.

Ao caminharmos juntos, empoderamos a capacidade da criança de experimentar e aprender. Reforçamos sua necessidade de se sentir parte da família, as negociações diminuem e a cooperação se torna algo natural no dia a dia. É por isso que eu insisto em guiar com o que precisa ser feito ao invés de fazer pelas crianças. Assim, evitamos comportamentos opositores, birras, conflitos, choro e ainda ajudamos a desenvolver o senso de produtividade, autonomia e responsabilidade.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

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