Pra cima e pra baixo, de Carla Irusta, é uma narrativa em primeira pessoa. Ou seja, há uma voz que nos apresenta fatos ligados à natureza (o Sol, pássaros, peixes, montanha, chuva...) e ações humanas, acompanhada de ilustrações ora de figuras humanas, ora de figuras não humanas. Com essa voz, temos um dos elementos essenciais da narrativa: a personagem principal, nesse caso, uma criança. Com as ilustrações, temos outras personagens complementando a interação no enredo (outras crianças e animais). A história inicia-se no quarto e termina também nele (na cama), contudo o espaço, elemento essencial para as narrativas, dilui-se em muitos lugares ao longo das páginas. O elemento narrativo tempo, por sua vez, limita-se a um dia (o Sol nasce no começo e, no fim, dá lugar à Lua).
O tema central da obra se relaciona ao cotidiano, aos mais diversos acontecimentos observados no correr do dia de diversas comunidades, sejam elas escolares ou familiares, no campo ou na cidade. Fatos que muitas vezes se encontram relacionados ao mundo natural, ao meio ambiente. Um cotidiano marcado pelo ritmo (que se configura na narrativa quase como uma suave brincadeira) do subir e descer, atos contrários e condicionados, por exemplo, pelos caminhos, pela gravidade, pela condição física, a criar movimentação distinta e diversa, que, frequentemente naturalizados, quase passam despercebidos em nossas rotinas.
Pra cima e pra baixo, porém, não escapa à complexidade das obras infantis, o que poderá ser confirmado na mediação da leitura. Nela, a apresentação de uma narrativa dos acontecimentos do cotidiano poderá levar a muitas possibilidades, ao se dar às crianças a oportunidade de criar pequenas crônicas com base em suas vivências pessoais, reais ou fictícias.
Indicação de leitura: A partir dos 3 anos famílias e nas comunidades (urbanas e rurais). Mundo natural, meio ambiente, antas, Biologia e Ciências.
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