terça-feira, 26 de novembro de 2024

"Uma Solidão Demasiado Ruidosa" de Bohumil Hrabal

 


Li












do com o intuito de falarmos sobre ele num
 clube de leitura, este livro deste autor checo despertou em mim vários estados opostos. Umas vezes li com muito interesse, sofreguidão até, outras, a trama não desenvolvia e parecia que enrolava. É livro que beneficiaria de uma segunda leitura, certamente.

Não possui muita intriga, esta trama, mas nesta obra, ao reunir uma série de episódios passados com o narrador, o leitor fica com uma visão geral da vida de Hanta, um homem solitário que trabalha com uma prensa hidráulica numa fábrica de papel.

Uma das frases que ele repete insistentemente e que me fez sorrir amiúde, é que ele "é culto independentemente da sua vontade" já que pelas suas mãos passam milhares de livros para destruição e ele vai salvando aqueles que lhe parecem mais importantes. Uma crítica subliminar ao regime está por detrás destes episódios narrados, neste encadear de pensamentos escritos na primeira pessoa, por alguém que ama a sua profissão e a exerce da melhor maneira que sabe.

Algumas situações são inusitadas, insólitas, quase absurdas, com momentos

 de humor que desconcertam o leitor. Como pano de fundo está a II Guerra

embora ela não seja o foco do livro. Diz repetidamente: "O céu não é 

humano". Achamos isso muitas vezes, não é?

Vale a pena ler!

Terminado em 12 de Dezembro de 2023

Estrelas: 5*

Sinopse

Agora em tradução revista, "Uma Solidão Demasiado Ruidosa" (1976) é a história do 
velho Hanta, que, por ofício, prensa e destrói livros no subsolo de Praga, e que, por
 amor, salva dessa hecatombe os mais belos achados em pilhas de papel: textos 
de Kant, Hegel, Camus, Novalis e Lao-Tsé, todos eles condenados à 
destruição pelas autoridades.

Até que, um dia, o progresso quer aniquilar com mais eficácia as páginas que
 Hanta insiste em resgatar da sua obsoleta prensa. Censurada e publicada
 em samizdat, "Uma Solidão Demasiado Ruidosa" tornou-se uma 
obra de culto sobre a indestrutibilidade da memória e da palavra e o seu
 poder redentor em tempos bárbaros. Bohumil Hrabal confessou ter vivido
 apenas para escrever este livro.

Cris

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