Numa tarde, os raios solares deslizavam nas árvores e flores neste recanto do lago igapó, sentei-me na grama e com a mente tranquila de aposentado despreocupado, vieram algumas palavras e pensamentos, lembranças do ontem,o viver de agora o pensar no amanhã. De tudo isto surgiu esta crônica:
Não sou novidade nenhuma. Cidadão comum, ando de ônibus quando me canso das caminhadas , às vezes de carro, conformo com o que tenho e não preciso mais do que recebo, sem dívidas, sem remorsos, tenho bons amigos e, acima de tudo, creio em Deus que fez estas maravilhas da natureza. Sou uma partícula deste universo. De onde vim para onde vou? Eterno mistério. A vida é fugaz, tudo é
passageiro. Num piscar de olhos de criança o tempo me levou à velhice. As etapas vivenciadas passaram tão rápidas e utopicamente eu as imagino
como vidas e sinto que se morre e ressuscita várias vezes numa existência. Os
anos passaram, meus cabelos rarearam e ficaram brancos, rugas apareceram e sou
o que sou. Nas festas de fim de ano começo a pensar e analisar o que passou e
me transformou no que sou. Sei que o tempo transforma tudo, o passado
choca com o presente. A máquina do tempo gira e eu e você vemos ao nosso redor que
todos envelhecem e os aniversários passam com tanta rapidez, como números numa
bomba de gasolina. Refletindo filosoficamente parece que o tempo flui como o
mar no seu vaivém. Suas maravilhosas ondas se abrem e mostram o ontem, hoje e
amanhã parecendo estradas que nos levam bem longe. Saindo dos devaneios
voltamos às estradas reais da vida, até sentindo um vazio existencial no agora,
ínterim do ontem e o futuro. No implacável tempo mensurado os milésimos de
segundos antes e milésimos de segundos depois não são nada. Cadê o ontem? O
tempo levou. Qual será o futuro? Só Deus sabe. Quem sou eu? Uma partícula no universo de Deus, chegando sozinho ao
mundo e dele saindo sozinho? Será que quando amo estou sozinho? Quando estou
frente a frente de uma pessoa estou sozinho? Por que será que mesmo dentre uma
multidão me sinto só?
Quem sou? Faço as coisas certas em benefício do
próximo? Entristeço-me ao ver que Deus, criador do Céu e da terra, mandou seu
filho Jesus para que ensinasse a humanidade a viver no pleno amor, partilhando
tudo com todos e a maioria ficou surda e sua lição de amor não foi entendida e
os pobres sofrem e passam fome. Diante disso paro e
penso e volto pensamentos ao infinito, é preciso fervorosamente “ter esperança
do verbo esperançar”, parafraseando o educador Paulo Freire, esta esperança dá
integridade e fé ativa nas obras e reação àquilo que parece não ter
saída. Não posso ser um nada entre o ontem e
o hoje e tenho fé que tendo Deus no coração, vou levando a vida com meus
pensamentos esperançosos de que dias melhores venham para todos minimizando as
desigualdades sociais em plena paz!
Este sonhador sou eu !
Maravilhoso meu amigo, continue a nos presentear com suas matérias e publicações.
ResponderExcluirRoberto