Bairros com acúmulo de lixo têm maior taxa de infestação
Índice chega a 3,6% nos bairros mais críticos; contratação de empresas de roçagem está em andamento.
O 4º Levantamento Rápido do Índice de Infestação (LIRAa), divulgado quinta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde, apontou que a situação da dengue é mais crítica em bairros da zona norte, como Alto da Boa Vista, Vivi Xavier e Presidente Vargas, e na zona leste, no Mister Thomas, Chácara Eucaliptos e Novo Amparo e Vila Romana. O índice de infestação nestes bairros é de 3,6%. No geral, é de 1,5%. O descaso da população no descarte irregular de lixo, aliado à falta dos serviços de capina e roçagem na cidade, que já dura dois meses, faz com que o problema se agrave.
O estudo mostrou que 42,1% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti são formados em recipientes plásticos, latas e garrafas. E é nestes objetos acumulados entre o entulho que mora o perigo. O operário Carlos Gharssi tem uma chácara próxima a um fundo de vale entre o Alto da Boa Vista e o Jardim São Paulo. Na Rua Pompeu Soares Cardoso, pilhas de lixo se acumulam sobre o mato alto onde deveria ser a calçada. "Quando eu estou de olho não deixo ninguém jogar lixo. Já recebi até ameaças de carroceiros", contou.
Ele lamenta a falta de conscientização e o oportunismo de alguns moradores, mas cobra mais ação dos órgãos públicos. "Nós podemos chamar a atenção, mas não temos o poder de multar ou prender ninguém. Isso cabe aos órgãos responsáveis que, se não agirem, vão ver um novo surto devastador da doença", advertiu. Outros 29% são distribuídos entre calhas, pneus, caixas d’água, buracos em árvores, dentre outros. Os 28,9% restantes são originados pela desatenção dos vasos e pratos de plantas.
Na divisa entre os bairros Farid Libos e Jardim Moema, na zona norte, uma faixa de lixo se estende por quase 200 metros. Além de restos de materiais de construção, toda a sorte de materiais pode ser encontrada: cadeira quebrada, televisor antigo, pedaços de fliperama.
"Faz nove meses que não tem limpeza aqui, isso deixa todo mundo apreensivo", contabilizou o pedreiro Sidnei Pereira de Souza. Ao todo, 8 mil imóveis foram inspecionados. O índice geral de infestação em Londrina é de 1,5%, acima do máximo aceitável pelo Ministério da Saúde, que é de 1%.
Depois da suspensão do pregão presencial que ocorreria na tarde de quinta-feira para a contratação de empresas de capina e roçagem, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) anunciou que vai firmar um contrato emergencial. Dezenove empresas participam do certame. A abertura dos envelopes deve ocorrer em 10 dias. O acordo terá vigência por três meses. Com a medida, a administração deve evitar problemas com o Ministério Público, que já havia cobrado medidas efetivas para evitar surtos como o de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário