Um dia após pedir ao
deputado licenciado André Vargas (PT-PR) para que renunciasse ao mandato, o
presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), passou a fazer
corpo a corpo nesta quarta-feira com integrantes da Câmara para solicitar apoio
dos deputados.
Falcão apresentou um
cenário adverso à permanência de Vargas como parlamentar no encontro realizado
na liderança do partido na Casa. O presidente nacional do PT afirmou que tenta
por meio de argumentos convencer os deputados de que o melhor caminho para a legenda
é que ele deixe o mandato. "O processo de convencimento é por meio da
utilização de argumentos. Sim, falei para todos eles no encontro. Também posso
falar, individualmente, para cada um que quiser depois me ouvir", afirmou,
após a reunião.
Apesar de mostrar o desejo
pela perda de mandato de Vargas, Falcão sempre usa a ressalva de que uma
decisão de renúncia seria algo de foro íntimo. "Não é o caso de a bancada
votar se ele deve renunciar ou não, mas ficou claro que há uma preocupação
grande com a evolução dos fatos", afirmou. "Eu continuo achando que a
melhor solução é que o companheiro André Vargas deveria renunciar. Mas essa é
uma decisão personalíssima, a gente não pode votar isso, nenhuma bancada impõe
às pessoas a renúncia, mas é um pedido que temos feito para ele e
reiterado", acrescentou.
Segundo o presidente
nacional da sigla, o principal raciocínio usado é a preservação da agremiação
num período eleitoral, e do próprio deputado licenciado do PT do Paraná, que
"teria uma melhor condição de defesa" fora do mandato. Apesar dos
apelos de parte da cúpula do partido, Vargas passou os últimos dias sem dar
declarações públicas sobre a situação e também, até o momento, não sinalizou
que pretende abrir mão do cargo. A ida de Falcão ao Parlamento nesta quarta
também pode ser uma demonstração de que o deputado licenciado do PT deverá
prosseguir no cargo.
Vargas passou a ser alvo
de um processo disciplinar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara
e na legenda, após a divulgação de que teria utilizado um jatinho emprestado
pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. Em reunião com o
presidente do PT na manhã de ontem, em Brasília, o deputado licenciado teria
ouvido de parte da cúpula da sigla que, se não renunciasse, seria expulso do
PT. "Sou persistente e vou continuar insistindo para ver se o
convenço", disse Falcão.
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