grande dama da pintura nacional
Tomie Ohtake nasceu em Kyoto, no Japão, mas é uma das mulheres mais importantes da arte brasileira. Ela se mudou para São Paulo em 1936 e fugiu de todas as regras. Primeiro porque começou a pintar com mais de 40 anos. Depois porque foi contra o rigor acadêmico das artes desde o começo: sua produção abstrata dos anos 50 explorava curvas e geometrias e tinha uma forma particular de explorar as cores.
Na década de 60, essa relação entre formas e tons se intensificou e alguns de seus trabalhos lembram os do expressionista abstrato americano Mark Rothko. Em 1961, Tomie também participou da Bienal de São Paulo pela primeira vez, tendo voltado ao evento outras sete vezes, sendo a última delas a edição de 1998, organizada por Paulo Herkenhoff. Além de suas telas e esculturas ímpares, Tomie foi convidada a criar para importantes monumentos de São Paulo, como a estação Consolação de metrô, o memorial para os 80 anos da imigração japonesa e a tapeçaria do memorial da América Latina, aos quais emprestou sua sensibilidade e visão únicas.
Às vésperas de completar 100 anos ganhou retrospectiva no instituto que leva seu nome, em São Paulo e disse à época: “Nunca pensei que estaria viva aos cem anos, mas essa idade chegou sem que eu sentisse nada. Só sei que gosto muito de trabalhar e fico feliz pintando”. É assim que a gente vai sempre lembrar dela, que morreu hoje, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia, mas sobrevive eternamente graças à sua obra.
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