quinta-feira, 28 de maio de 2015

O BLOG RURAL : PREÇO DO ADUBO SOBE E ASSUSTA AGRICULTORES!



  • 28/05/2015 02:39


Produtores de soja do Paraná poderão enfrentar dificuldades se deixarem para encomendar, em cima da hora, os fertilizantes necessários para a próxima safra de verão. Por causa do preço dos adubos - cotado em dólar –, muitos agricultores estão deixando as compras para mais tarde, mais próxima da época do plantio, em setembro, com a esperança de queda da moeda norte-americana. O problema é que a postergação da compra pode levar a atrasos nas entregas do produto, que vem do exterior. Hoje, menos da metade dos agricultores – no Paraná e Mato Grosso, os dois maiores produtores de soja – compraram os estoques necessários.
Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as importações de fertilizantes tiveram uma redução de 24,4% no primeiro quadrimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram descarregados nos portos brasileiros 7.005 toneladas de adubos. Este ano, não passaram de 5.299 toneladas. De acordo com a Anda, pelo Porto de Paranaguá - a principal porta de entrada dos fertilizantes – foram importadas 2,65 milhões de toneladas, valor 11,2% menor que em igual período de 2014. De acordo com os dados da associação, só em abril foram entregues 1.388.299 toneladas ao consumidor final, enquanto no mesmo mês do ano passado foram 1.755.497 toneladas entregues, o que representa uma redução de 20,9%.
Cooperativas
O quadro preocupa cooperativas e até mesmo empresas de insumos em razão da “confusão logística” que pode ser criada mais tarde. “Dificilmente o produtor vai deixar de adquirir o fertilizante porque ele impacta diretamente na produção. Mas com uma alta de 25% no preço, em média, está assustando”, diz o gerente de Fertilizantes da Cooperativa Integrada, Edson Artur de Oliveira. Segundo ele, entre 30% e 40% dos cooperados já adquiriram seus estoques. “Acho que a maioria está esperando o governo liberar os financiamentos em junho.” O problema maior, disse ele, é que a demora encarece os custos do frete e pode haver demora na entrega, o que comprometeria o plantio do milho safrinha. “A nossa recomendação é para não esperar muito.”
A mesma preocupação tem o gerente de Fertilizantes da Belagrícola, Marcelo Percinoto Poliseli, que afirma que o risco de os produtores deixarem de comprar o produto é pequeno porque o fertilizante é necessário. “Mas o Mato Grosso também está atrasando os pedidos. Pode ser que isso gere problemas nos portos”, aponta. Segundo ele, apenas 50% compraram o produto. “Até abril, as vendas vinham bem porque usamos sistema de troca - soja por insumos. Mas o preço da soja caiu e o dos fertilizantes, não. Isso refletiu nas vendas, que caíram muito em maio.”
Para o engenheiro agrônomo Ovídio Teodoro Neto, da Planape, não vale a pena pensar em reduzir a quantidade de fertilizante usado na safra. “O preço está alto, pode subir mais, mas não dá para ficar sem.” Reduzir o uso, afirmou ele, será “mortal”. “Adubação é essencial. Na falta de chuva, a planta mal adubada vai sentir bem mais que a bem adubada.” Para o agrônomo, semente boa, plantio bem feito e fertilização adequada são “meio caminho andado para uma safra produtiva”. “Economia pode ser feita em outros pontos.”

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