quinta-feira, 26 de novembro de 2015

APÓS A TEMPESTADE, VEM A BONANÇA OU A POBREZA?

frente fria Nuvens carregadas sobre Brasília.  A “tempestade perfeita” abateu não apenas o Brasil, mas diversos países emergentes (Foto: Lula Marques/Folhapress)


IAN BREMMER* E CHRISTOPHER GARMAN**
23/06/2015 - 08h00 - Atualizado 23/06/2015 08h00

O Brasil vive em turbulência depois de uma tempestade. Dilma após ganhar a eleição por margem apertada, em outubro, ela enfrentou um escândalo maiúsculo na Petrobras, uma crise hídrica e a necessidade de conduzir um doloroso ajuste fiscal que atinge diretamente suas promessas de campanha. O resultado foi a aguda queda em seus índices de popularidade – agora, abaixo de 20% – e pedidos de impeachment. Além de uma relação difícil com aliados e com seu próprio Partido dos Trabalhadores, no esforço para aprovar cortes de gastos e aumento de impostos no Congresso. Muitos analistas no Brasil, entre eles nós mesmos, descreveram as dificuldades de Dilma como uma “tempestade perfeita”.

Concluímos que a política, e não apenas o crescimento econômico, é capaz de guiar os fluxos de investimento direto. Empresas estão tomando suas decisões sobre onde investir baseadas no ambiente de estabilidade política, tanto quanto em de onde o crescimento está vindo. A tendência deve se aprofundar nos próximos anos.

As principais economias da Ásia parecem em condição mais confortável, dada a forte liderança das três maiores: China, Índia e Japão. Mesmo assim, até lá é possível enxergar trovoadas. Na China, o presidente Xi Jinping controla com firmeza o sistema político e está comandando uma reforma ambiciosa para equilibrar o crescimento guiado por consumo doméstico, mais do que pela intensiva exportação de capitais. Para isso, ele empreende uma política anticorrupção nas principais estatais do país, associada a uma lenta reforma do setor financeiro e ao combate a desafios das metrópoles chinesas – entre eles a poluição. Como fazer essas reformas implica menor crescimento e traz sério risco de ameaçar os interesses econômicos da elite política, é fácil afirmar que o risco político na China cresceu nos últimos cinco anos.
O ESTRAGO DA TEMPESTADE
A crise econômica abateu os emergentes e derrubou a popularidade dos governantes

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