sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

VERDADE POLÍTICA : " RENÚNCIA DE DILMA PODERIA ATÉ RENDER FRUTOS AO PT!

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Texto publicado na edição impressa de 12 de fevereiro de 2016 da Gazeta do povo e reproduzido
no Blog "Comunicando para Refletir".




COM A RENÚNCIA DE DILMA O BRASIL VOLTARÁ A SORRIR EM NOVO HORIZONTE!





Muitos já sugeriram recentemente a renúncia da presidente Dilma Rousseff como

 caminho para colocar o país em novo rumo. Difícil dizer se seria um
caminho melhor com os políticos que temos, mas certamente
 seria um caminho diferente, e parece que é disso que
 precisamos: alguma mudança.
Dentre os que defendem a renúncia está o sociólogo Paulo Delgado, um
dos fundadores do PT. Em entrevista ao jornal Valor Econômico,
 publicada em 5 de fevereiro, ele defende que o melhor 
caminho seria Dilma abdicar do poder, já que não tem
condições de governabilidade.
Delgado defende o impeachment como ferramenta para revogar
 um mandato e diz que há elementos políticos, econômicos
 e culturais que justificariam o impedimento de Dilma, 
mas avalia que esse não é o melhor caminho. 
Como petista histórico – foi deputado 
constituinte (1987-1990) e depois
 deputado federal por cinco 
mandatos (1991-2011) –,
 ele defende uma 
saída na qual
 o legado do
PT sobreviveria,
 e isso só parece possível
 com a renúncia, algo planejado, negociado.



Aliás, a renúncia de Dilma poderia até render frutos ao PT.Sim, integrantes do partido cometeram 
os mais vis atos de corrupção e dilapidação do patrimônio brasileiro, mas há programas e projetos
 que trouxeram mais equidade social e que precisam ser mantidos.

Vamos raciocinar com uma dose de cinismo político.
Com a proposta (necessária) de reforma da Previdência, os
 deputados do PT poderiam abandonar o barco de Dilma de
 uma vez, inviabilizando o governo e forçando a renúncia. 
A avalanche de mudanças decorrentes (nos programas 
de governo, nos cargos em comissão, na acomodação
 da base e da oposição), os eventuais escândalos que 
surgiriam ao se investigar o passado dos novos ministros,
 etc., etc., etc., tirariam por um tempo o foco do PT, e o partido
 poderia tentar se reorganizar para as próximas eleições. Com
 a possibilidade de jogar no colo de Dilma a culpa pelo desemprego 
e inflação que assolam o país.
Não é moral, mas o que é nas campanhas políticas?
A renúncia de Dilma também facilitaria a defenestração política 
de Eduardo Cunha.
Vamos raciocinar com um pouco de ingenuidade política.
A despeito de todas as suspeitas e irregularidades cometidas, Cunha 
se mantém presidente da Câmara dos Deputados. Em parte porque a
 oposição vê nele o anti-Dilma, e confia no jogo sujo do peemedebista
 para colocar a presidente para escanteio. Se ela abdicasse e fizesse
 um discurso contundente contra Cunha, a oposição seria obrigada
 a criar vergonha na cara, exigindo a renúncia ou batalhando pela 
cassação do mandato dele.
Outra vantagem da renúncia de Dilma: os governantes do PSDB
 não poderiam mais usar a desculpa esfarrapada de que as 
investigações contra eles são “uma maneira de o PT desviar o 
foco de seus escândalos”.
Vamos raciocinar com um pouco de esperança.
Beto Richa credita ao PT o descontentamento com o pacotaço 
que tirou direito de servidores públicos e que culminou com o
 massacre de 29 de abril; usa essa desculpa para tentar 
explicar o pedido de investigação da Procuradoria-Geral 
da República sobre os desvios na Receita Estadual, 
entre outras coisas. É como chutar cachorro morto: 
ele atribui a culpa ao PT, esse mesmo partido 
cujos dirigentes estão sendo minuciosamente
 investigados na Lava Jato, na Operação Zelotes, etc., etc., etc.
Sem Dilma na Presidência, como Richa se justificaria? 
Recorrendo novamente ao marqueteiro Mário Rosa, 
como o próprio declarou à revista Piauí de dezembro?
 Ou contando a verdade? Seria muito bom, para todos
 os paranaenses e para o governo.
Não sei se um eventual mandato de Michel Temer 
traria vantagens ao Brasil, mas a renúncia de Dilma definitivamente traria.

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