quarta-feira, 27 de setembro de 2017

VOCÊ SABIA QUE HÁ LUGARES EM QUE AS MULHERES NÃO PODEM DIRIGIR VEÍCULOS?

Agora as mulheres sauditas comemoram fim de proibição de conduzir automóveis

"A Arábia Saudita jamais será a mesma", celebrou uma ativista


As mulheres da Arábia Saudita acordaram com a notícia de um decreto real que permitirá que elas conduzam automóveis a partir do ano que vem — e algumas já estavam atrás do volante nesta quarta-feira (27), embora as carteiras de habilitação ainda demorem nove meses para serem emitidas.
"A Arábia Saudita jamais será a mesma. A chuva começa com uma única gota", disse Manal al-Sharif, que foi presa em 2011 depois de um protesto, em um comunicado publicado na internet.
Vídeos online mostraram um punhado de mulheres dirigindo de terça para quarta-feira, já que o decreto do rei Salman foi anunciado na noite de terça-feira (26).
"Queria poder traduzir meus sentimentos neste momento. Sinto que ninguém além de nós pode entendê-lo plenamente", disse Abeer Alarjani, de 32 anos, que planeja começar a fazer aulas de direção neste final de semana.
"Agora finalmente ousarei sonhar com ainda mais."
A medida representa um grande rompimento com as leis e ditames morais aos quais as mulheres estão sujeitas no reino muçulmano conservador. O sistema de guarda masculina exige que as mulheres tenham a aprovação de um parente homem para tomar decisões relativas a educação, emprego, casamento, planos de viagem e até tratamento médico.
A Arábia Saudita, o berço do Islã, vem sendo muito criticada por ser o único país que ainda impede suas cidadãs de dirigir.
O decreto do rei Salman encerra uma tradição conservadora vista por ativistas de direitos humanos como um emblema da repressão às mulheres.
Acredita-se que ele favorecerá o príncipe da coroa Mohammed bin Salman, de 32 anos, que chegou ao ápice do poder no reino em três curtos anos com um programa de reformas domésticas ambicioso e uma política externa assertiva.
Uma reação contida do poderoso clero saudita, que apoiou a proibição durante muito tempo, deu a entender que a divisão de poder entre a dinastia Al Saud e o establishment religioso wahabita pode estar se inclinando de forma decisiva a favor da realeza.
Muitos sauditas mais jovens veem a ascensão do príncipe Mohammed como um indício de que sua geração está ocupando uma posição central no comando de um país cujas tradições patriarcais fizeram do poder o habitat dos mais velhos e que impediram o progresso das mulheres.

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