Aqui no Brasil a violência é tanta que parece que vivemos em plena guerra. Na América latina, os países que têm o maior problema da violência são Honduras, Venezuela, Guatemala, El Salvador, México e também o Brasil. Na verdade, a violência no Brasil é um termo eloquente, originado principalmente dos tráficos de drogas, da corrupção, etc. Esta alta no índice de violência pode ser explicada com a crise econômica, mas não somente isso. O Brasil é um pais muito desigual socialmente.
Por exemplo, na cidade do Rio de Janeiro, você pode ver estas desigualdades com os prédios super sofisticados e, ao lado, as favelas. A violência pode ser o resultado da confrontação destas desigualdades. Os indivíduos mais atingido, em media, pela criminalidade e violência, são os homens jovens e pobres. Isso é uma media, a vida social não é tão simplória.
Violência no Brasil: é possível mudar essa realidade?
Texto 1
Relatório internacional chama a atenção para a violência no Brasil
Human Rights Watch mostra que leis Maria da Penha e do feminicídio não foram suficientes para diminuir a violência doméstica.
A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch chamou a atenção do mundo para a insegurança pública no Brasil. Inclusive para a violência praticada e sofrida por policiais.
O relatório fala de um mundo que abriu caminho para líderes destrutivos, que com discursos de ódio e exclusão põem em risco os direitos humanos. “A mensagem central do relatório, em relação ao mundo, é de que é possível resistir e é preciso lutar contra os populistas autoritários”, disse Maria Laura Canineu, diretora da Human Watch – Brasil.
Cita a Venezuela como como o exemplo mais dramático de crise humanitária e desrespeito à democracia na América Latina. E chega ao Brasil criticando a falta de solução para problemas graves na segurança pública.
A morte de mais de 4.600 mulheres em 2016, principal período analisado, mostra que o avanço das leis Maria da Penha e do feminicídio não foram suficientes para diminuir a violência doméstica. E essa não é a única área em que é preciso fazer mais.
Com metade das vagas necessárias, mais de 700 mil presos e com o domínio de facções, muitos presídios se transformaram em terra sem lei, segundo os autores do relatório. A falta de assistência jurídica aquece esse explosivo caldeirão onde só em janeiro de 2018 mais de 120 presos morreram em três estados.
Uma violência que transborda para as ruas, onde balas perdidas ou direcionadas fazem vítimas entre fardados e civis.
Policiais que cometem abusos e execuções de um lado, bandidos que se armam e se vingam de outro. O relatório mostra que esse ciclo de violência fez crescer o número de vítimas no Brasil: elas aumentaram em São Paulo e dispararam no Rio de Janeiro.
Em todo o país, 437 policiais foram mortos em 2016, a maioria fora de serviço. E 4.224 pessoas foram mortas por policiais, 26% mais que em 2015.
Em São Paulo, depois de dois anos em queda, o número de mortes causadas por policiais em serviço aumentou 19%; em 2017, foram 494. No Rio de Janeiro, seis policiais militares foram mortos em 2018.
O gráfico mostra que, no Rio, o número de pessoas mortas por policiais acompanhou a ascensão e a queda da confiança nas UPPs, as Unidades de Polícia Pacificadora. Vinha caindo, mas voltou a subir muito: foram 1.035 pessoas mortas pela polícia entre janeiro e novembro de 2017.
Segundos os autores do relatório, é preciso investigar todas as mortes, dar condições de trabalho e ouvir os policiais na busca de solução para um drama que é de todos. “A polícia não está protegendo a população e a própria polícia está desprotegida. É uma situação muito grave e, para nós, requer um esforço muito maior das autoridades para ter uma ação muito mais decisiva para combater a criminalidade e para reformar a polícia”, afirma César Muñoz, coordenador do relatório.
Texto 2
A violência no Brasil mata mais que a Guerra na Síria
Documentário do jornal ‘O Globo’ retrata em números a rotina violenta do país.
Entre 2001 e 2015, houve 786.870 homicídios, o equivalente à população de João Pessoa
O Brasil mata. Mata muito. Entre 2001 e 2015 houve 786.870 homicídios, a enorme maioria (70%) causados por arma de fogo e contra jovens negros. Os números da violência no maior país da América Latina atingem dimensões ainda mais preocupantes ao se compararem com guerras internacionais deste século. Desde que começou o conflito sírio, em março de 2011, morreram 330.000 pessoas. A guerra de Iraque soma 268.000 mortes desde 2003. Brasil, com 210 milhões de habitantes, é o país que mais mata no século XXI.
O jornal O Globoretratou em números essa rotina violenta e cedeu parte do resultado ao EL PAÍS. Um documentário de 14 minutos, conduzido pela voz de Lázaro Ramos, compara os assassinatos registrados no Brasil com os de guerras, conflitos internacionais, terrorismo e locais conhecidos pela violência. Segundo os números do jornal, o Brasil matou nos últimos 15 anos o equivalente à população de Frankfurt, Sevilha ou João Pessoa.
A falta de políticas públicas que abordem a segurança como um problema crônico e prioritário é um dos assuntos tratados no vídeo. Em um país onde se assassina uma pessoa a cada dez minutos, o documentário, alerta: “Enquanto está assistindo a este vídeo, mataram mais um”.
Midian Mafra
É importante para um sociólogo ter cuidado com as esteriotipações e preconceitos. Esta violência gera na sociedade brasileira uma cultura de medo. Os indivíduos integram, desde a socialização primária, numerosas normas sociais relativas as violências. Por exemplo, uma menina sabe que pode ser perigoso sair sozinha à noite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário