" Todos os partidos não se entendem
e alguns não aceitam o novo presidente,
é um bate boca que não acaba nunca...
até quando?"
As eleições não terminaram com o resultado das urnas. Parece que cresceu e se espalhou a intolerância e causando divisões. São discussões ideológicas travadas nas redes sociais e nos grupos de whatsapp infelizmente extrapolaram a fronteira do ambiente virtual, abriram grandes feridas no ceio familiar, abalaram amizades e transformaram o País em um território onde a intolerância à opinião contrária virou regra de convivência. É evidente o radicalismo que envolve as discussões político-partidárias no Brasil que chegou ao nível extremo. Estamos menos propensos a aceitar as diferenças que criam divisões.
O levantamento quantificou o tamanho de nossa intolerância. Por mais assustador que possa parecer, 32% dos brasileiros acreditam que não vale a pena conversar com pessoas que tenham visões políticas diferentes das suas. Apenas dois países são mais refratários do que nós: Índia (35%) e África do Sul (33%). A pergunta que deve ser feita a partir desse resultado, que na prática apenas confirma em números o que é facilmente perceptível, é: a quem interessa tanto radicalismo?
Ora, o país cuja imagem mais vendida no exterior é a de ter um dos povos mais acolhedores com as diferenças, o país de todas as cores e credos, de todas as classes e ideologias, onde a pluralidade costumava ser praticada diariamente, quase que instintivamente até, está retrocedendo em seus valores. Atualmente, não conseguimos mais nem dialogar em família ao redor da mesa em nossos lares. Chama a atenção na pesquisa do Instituto Ipsos o fato de os cerca de mil brasileiros entrevistados são majoritariamente pessoas de centros urbanos, com salário e nível educacional superior à média nacional.
Ao comentar o estudo, o CEO da Ipsos Brasil, Marcos Calliari, destacou que o principal efeito observado no País está relacionado ao questionamento no qual 39% dos entrevistados brasileiros acreditam que pessoas não mudarão de opinião mesmo com evidências contrárias apresentadas.
Se não somos capazes de reconhecer os pontos positivos em nossos semelhantes, compreender que é preciso e possível absorver no outro algo que possa nos completar como seres humanos é sinal de que fracassamos no processo evolutivo da espécie dita como a mais inteligente do planeta.
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