O pedido de socorro vem de produtores diante da onda de ocorrências de furto de gado na zona rural do Paraná. Em reportagem publicada nesta quarta-feira (24), a FOLHA mostrou que fazendas, desde a região norte e central do Estado, foram alvos desse tipo de crime e o prejuízo, que varia de R$ 60 mil a R$ 100 mil, é um golpe fatal aos pequenos produtores. Representantes do agronegócio têm questionado a insegurança no campo e reivindicam um trabalho coordenado para vencer o problema.
À reportagem da FOLHA, as vítimas contaram que se trata de um furto complexo. Com um caminhão boiadeiro, os ladrões entram nas propriedades e são até violentos em alguns casos, agredindo e amarrando os funcionários ou os moradores do local.
Algumas propriedades foram invadidas mais de uma vez. Há casos no noroeste do Estado, como em Ângulo, Cidade Gaúcha, Mariluz e Cafezal do Sul, e na região central, como em Nova Tebas. Um dos produtores chegou a oferecer R$ 10 mil em recompensa para quem levasse informações sobre o furto de 23 cabeças de gado de sua propriedade em janeiro deste ano. O prejuízo ficou em torno de R$ 60 mil.
Os problemas para combater o roubo de gado na área rural começam desde o registro da queixa na polícia. Muitas investigações não vão para frente porque as delegacias das cidades próximas não têm efetivo suficiente, falta estrutura e as patrulhas rurais precisam cobrir uma grande extensão de área.É preciso prevenção e também colocar a área de inteligência das polícias investigando o caso. As vítimas também reclamam que falta fiscalização por parte das polícias rodoviárias - abordando caminhões que carregam cabeças de gado – e instalação de câmeras nas estradas.
Os donos de sítios e fazendas também são orientados a reforçar a segurança, colocando câmeras de segurança nos pontos críticos da propriedade, ficarem atentos aos cadeados nas porteiras e buscarem referências antes de contratar um novo funcionário.
As quadrilhas que aterrorizam a zona rural são sofisticadas e se especializaram nos variados tipos de roubo (gado, maquinário, sacas de café). As autoridades precisam criar planos de enfrentamento a essas ocorrências para que o trabalho no campo não se transforme em uma atividade de risco.
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