17/05/2020
Por Da Redação
Arte: Rebeca Alencar/Jornal da USP
Para os astrônomos, metais são todos os elementos químicos mais pesados do que o hélio. “No campo da arqueologia estelar, acredita-se que estrelas ultrapobres em metais nasceram a partir de nuvens de gás enriquecidas pela primeira geração de estrelas a se formarem no Universo. Atualmente, são conhecidas apenas 35 estrelas desse tipo”, explica Vinicius Placco, cientista associado do NOIRLab, com sede em Tucson, Arizona, Estados Unidos, que liderou a pesquisa. Uma característica especial da estrela SPLUS J2104-0049 é que ela possui a menor abundância em carbono já medida para uma estrela ultrapobre em metais. “Isso desafia modelos correntes sobre a evolução das primeiras estrelas”, completa o pesquisador.A pesquisa de Placco utilizou como base o trabalho de seu aluno de doutorado Devin Whitten, da Universidade de Notre Dame, Estados Unidos, que estimou parâmetros atmosféricos estelares e abundâncias de carbono para mais de 700 mil estrelas a partir do segundo lançamento de dados (DR-2) do S-PLUS (sigla para Levantamento Fotométrico do Universo Local Sul, em inglês). Esta foi também a primeira publicação com estimativas de abundâncias de carbono baseadas em fotometria. Usualmente, esses parâmetros físicos são obtidos com a técnica de espectroscopia, em que a luz é separada como num arco-íris, o que torna impossível conseguir analisar uma quantidade tão grande de estrelas. Os resultados desse trabalho são essenciais para validar as teorias de formação e evolução de galáxias como a Via Láctea e ainda fornecem candidatas interessantes para futuros estudos espectroscópicos.
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