DIGA-ME COM QUEM ANDAS E TE DIREI SUAS MANHAS!

                

      Li por aí que dependendo com quem andas ou desandas, que o mundo é todo em vaivéns... 

     Quem se encosta ao sujo — suja-se, e ao ferro — enferruja-se... Um maldoso companheiro, se for astucioso e fino, se for esperto e matreiro, troca-te índole e destino. 

     Mudas de gênio e de aspecto: se és casto, ficas brejeiro; linguarudo, se és discreto; estouvado, se és sisudo. Serás outro, todo e em tudo! Mau capelão, mau sacristão! Diz-me com quem vás, e dir-te-ei o que farás. 

     O caso é saber-se bem, não de quem nasces, mas com quem pasces. 

    Como antídoto, porém, estouro prolóquio ensina mais amorável doutrina,  pra que, neste mar da vida, uma alma desprevenida não encalhe, nem soçobre: 

       — Quem a boa árvore se acolhe, boa sombra o cobre. 

    Mas que mau, quando ela é má! Com prudência, pois, escolhe, no homem ou na mulher, qual é que bom te fará com a sombra que te der!

                                           (AUTOR DESCONHECIDO)