segunda-feira, 20 de março de 2023

DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE?

 



Em 2022, o Relatório Mundial da Felicidade, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), chegou à sua décima edição. Apesar de ser um compilado pós-pandêmico, deve-se dizer que pouca coisa mudou, sobretudo nos países que ocupam as primeiras posições – e assim se mantiveram. 
A Finlândia, por exemplo, segue líder pelo quinto ano consecutivo.  O Brasil ocupa a 38ª posição no ranking mundial da felicidade – entre os países da América Latina, quem lidera é o Uruguai, no 30º lugar.  O ranking é baseado em dados de pesquisas globais, em que pessoas avaliam suas próprias vidas em mais de 150 países. Os dados são da Gallup e as perguntas estimulam as pessoas a visualizar sua vida como uma escada, com o 10º degrau sendo uma vida mais realizada e o degrau mais baixo um mundo fictício em que tudo é horrível. Em média, entre 2 mil e 3 mil pessoas são ouvidas por país. O objetivo de metrificar a felicidade é evidenciar as políticas públicas implementadas nos melhores colocados e acender um alerta vermelho para os piores. Diante desse contexto, conversamos com Gustavo Arns, idealizador do Congresso Internacional de Felicidade, evento realizado desde 2016 aqui no Brasil e que traz luz sobre o tema. No bate-papo, conversamos sobre a visão científica a respeito da felicidade e sobre alguns passos importantes para quem busca ser mais feliz:
FUTURE HEALTH: 
Como seus caminhos se encontraram com os estudos sobre a felicidade?GUSTAVO ARNS: O tema do autoconhecimento sempre esteve presente na minha vida, na história da minha família. É claro que quando jovem, eu não entendia isso, eu só era curioso por terapias integrativas, alguns estudos de espiritualidade e religiões. Venho de uma família católica, ligada a serviços sociais. Fiz parte desse universo e fui percebendo que, quando eu não estava envolvido com algo, sentia falta. 
Essa busca por mim mesmo foi me levando para diferentes religiões, práticas, estudos de filosofia. E aí em 2013 eu estava em um evento e tive a oportunidade de conhecer o professor Tal Ben-Shahar, de Harvard. Ele palestrava sobre a ciência da felicidade. Nunca tinha ouvido falar sobre o assunto, e fiquei encantado. FH: 
Qual é a importância de promover a felicidade e quais os caminhos para isso?GA: Acho que existe um aspecto importante nos caminhos, porque são muitos. O que a gente tem hoje é realmente uma ciência tratando o tema e isso desmistifica muitas coisas. 
Mas a ciência não é o único caminho possível. Eu posso escolher a espiritualidade, a religião, as artes ou até a filosofia. Agora, todas essas linhas têm como pré-requisito adquirir conhecimento e aplicar na prática, transformando em autoconhecimento, mesmo a ciência. Elas te obrigam a olhar para si mesmo.  Então o principal caminho é realmente o autoconhecimento. Exercício físico, por exemplo, é fundamental, mas qual será esse exercício, em que intensidade, a que horas do dia? Isso sempre será algo subjetivo e pessoal. 
FH: Como a felicidade – ou falta dela – impacta a saúde das pessoas e a saúde coletiva?  GA: Acho importante observarmos nosso adoecimento como sociedade. 


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