O preconceito com a velhice é um tema que cresce em importância conforme ,a população se torna mais velha em média — a pirâmide etária, com mais jovens do que idosos, está mudando para um funil etário, e os mais velhos tendem a se tornar maioria. Mas, nos últimos dias, esse assunto dominou as manchetes por um motivo inusitado: um grupo de universitárias humilhou uma colega de classe, de somente 40 anos, mas que já seria "velha" demais para estar em uma faculdade com elas. No domingo, ao ganhar o Oscar de Melhor Atriz por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, a atriz Michelle Yeoh, de 60 anos, disse: "Senhoras, não deixe ninguém dizer que você já passou do seu auge".
Michelle Yeoh fez discurso contra o etarismo no Oscar (Fonte: GettyImages) Esses casos — e vários outros que vemos com infeliz frequência — evidenciam o preconceito com a idade. Esse fenômeno foi definido pela primeira vez pelo gerontólogo norte-americano Robert N. Butler, ainda nos anos 1970. Ele criou o termo em inglês, "ageism", que muitas vezes é traduzido como ageísmo, mas também como etarismo ou idadismo. Esse último passou a ser utilizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em relatórios sobre o tema. Alguns especialistas, como a antropóloga Mirian Goldenberg, usam o termo "velhofobia" para facilitar as discussões. Contudo, é importante observar que estereótipos relacionados à idade podem acontecer em várias etapas da vida — como acreditar que pessoas jovens são sempre inexperientes, por exemplo. Além disso, o preconceito com o envelhecimento não impacta só as pessoas idosas, como o caso das universitárias demonstrou.
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