Segundo o dicionário, “ ABSURDO é um adjetivo na língua portuguesa que se refere ao que é destituído de razão, de propósito ou de sensatez”.
Numa reunião de trabalho, uma colega diz: “É um absurdo JOGAR DINHEIRO FORA.”. Naquele instante um pensamento me surge: “Por que é um absurdo”? E pensando, me fiz o seguinte questionamento: Comprar um buquê de rosas e dá-lo à pessoa amada seria um absurdo? Afinal de contas, você vai gastar dinheiro adquirindo algo bastante perecível, e isso é irracional. Seria sensato dar esmolas sem saber antes como o mendigo vai gastar aquele dinheiro? Ajudar o outro é um absurdo?
Reparem que absurdos são sempre vistos em relação ao outro, nunca a nós mesmos. É um absurdo a mãe deixar os filhos na creche para voltar ao mercado de trabalho. É um absurdo o seu colega de trabalho querer sair da empresa para ganhar mais ou trabalhar menos. Pessoas que se indignam com tudo, especialmente em relação ao que não é da sua conta, precisam urgentemente praticar a empatia. E não é fácil essa prática. Se colocar no lugar do outro exige esforço, porque além de boa vontade, é necessário que nos livremos de algumas crenças ou paradigmas. É sempre assim, pensamos sempre em nós e nunca nos outros.
Por isso, todas as vezes que alguém diz: “É um absurdo”, eu me pergunto: “pra quem”? Afinal eu não conheço a pessoa, não sei o que ela já viveu ou como foi educada, não sei nada a respeito de sua vida, não conheço suas angústias e sofrimentos. Prefiro então me calar, em vez de afirmar que essa ou aquela atitude é absurda.
Procuro fazer sempre o exercício de me colocar no lugar dos outros, antes de expor minha opinião ou fazer um comentário. Isso me faz muito bem, porque muitas vezes consigo perceber que absurda não é a conduta ou a fala do outro, e sim a forma preconceituosa ou absurda que penso a respeito dela.
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