NAS CASAS TINHA PRATELEIRA PARA URINOL...VOCÊ SE LEMBRA DISSO?

 

José Rafael Trindade Reis

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"A prateleira para urinol, encontrada nas antigas casas de montanha, é um elemento arquitetónico que revela muito sobre os costumes e as condições de vida de uma época passada. Localizada acima da janela do quarto, geralmente feita de serpentina local, essa prateleira saliente tinha a função de servir como suporte para o urinol, também conhecido como penico. Em um tempo em que as casas de banho não ficavam dentro das residências, (...) acessíveis apenas enfrentando as intempéries, a prateleira para urinol surgia como uma solução prática para as necessidades nocturnas dos moradores.

O urinol, comumente feito de cerâmica, aço branco ou esmaltado, e dotado de uma alça para facilitar o manuseio, era colocado na prateleira durante a noite, evitando que os moradores precisassem sair de casa em condições desconfortáveis. Pela manhã, o urinol era esvaziado, limpo e guardado debaixo da cama ou dentro de uma mesinha de cabeceira, longe da vista de todos. Essa rotina reflectia a realidade de uma época em que as comodidades eram escassas e as pessoas precisavam se adaptar às circunstâncias impostas pelo ambiente.

Com a chegada da água encanada nas residências, os antigos hábitos de higiene foram gradualmente se transformando. As latrinas externas desapareceram, e as prateleiras para urinol perderam a sua utilidade. No entanto, durante a restauração das antigas casas de montanha, é importante preservar esses elementos arquitetónicos, pois eles são testemunhos de um momento histórico e de uma forma de vida diferente.

Hoje, naquela mesma prateleira onde antes repousava o urinol, é comum encontrar um vaso de terracota com flores coloridas, ressignificando o espaço e trazendo beleza para o ambiente. Essa transformação reflecte a evolução dos tempos e a adaptação das pessoas a novas condições de vida. A prateleira para urinol, embora possa parecer um detalhe insignificante, carrega consigo uma história rica e reveladora, lembrando-nos de uma época em que a simplicidade e a resiliência eram valores fundamentais. Preservar esses elementos é uma forma de manter viva a memória de um passado não tão distante, em que o espírito e o corpo eram capazes de se adaptar a cada circunstância."

Por Filomena Rodrigo.

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