É certo dizer que repetimos os mesmos erros, dos mais simples aos mais absurdos. Eles alcançam todas as áreas de nossa vida permeando com suas artimanhas, muitas vezes irracionais, nossos gestos e atitudes. Por que essa compulsão à repetição?
Os desacertos que nos cercam não se limitam apenas ao nosso eu particular, mas envolvem-nos como um todo e se alastram nas linhas dos nossos relacionamentos afetivos, familiar, no trabalho, etc. e tal. Vai do simples ato de comer sempre algo antes de outro alimento ao convívio do mesmo tipo de relacionamento desastroso. Nesse último caso, como diz o psicanalista freudiano americano Stanley Rosner “São compulsões que levam indivíduos à beira da loucura e destroem vidas - as suas próprias e as de outros”. Como evitá-las?
Ouvimos dizer que determinados tipos de pessoas são sempre iguais. Quando nos envolvemos com algumas delas, ainda em suas diferenças, os problemas repercutem. Fazemos uma história, criamos uma situação e as velhas cenas são revividas. Culpamos o outro. Mas como o outro pode ser responsável pela problemática que você refaz?
Através do desenvolvimento da própria história ecoamos os comportamentos que nos moldaram. Na maioria das vezes, seguimos anos a fio um exemplo negativo que marcou a nossa infância. Assemelhamo-nos com quem mais tivemos dificuldade: o pai frio e distante deu origem ao marido insensível. Trazemos em nós e repetimos circunstâncias mal-resolvidas do passado.
Por que meus relacionamentos sempre acabam? Por que tenho o mesmo tipo de comportamento? Por que o ciúme, a posse, a insegurança, a desconfiança? Segundo a teoria freudiana, a resposta vem mesmo da infância. Através das relações não definidas com os pais, os filhos crescem com seus traumas, medos, sentimento de abandono, ainda que inconscientemente.
Reproduzimos os mesmos erros numa tentativa de que a próxima vez dê certo e traga um resultado positivo com o intuito de dominar experiências desagradáveis. Relacionamo-nos com modelos semelhantes de pessoas. Entramos em dificuldades parecidas. Envolvemo-nos em circunstâncias similares: tudo para dar o final feliz que não existiu antes.
Denis Rafael Albach para o blog comunicandopararefletir.
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